O termo genérico “metabolismo” refere-se à quantidade de energia gasta ao longo das 24 horas do dia para manter as nossas funções orgânicas estáveis. Seus principais determinantes são idade, sexo, genética e composição corporal, especificamente a quantidade de massa livre de gordura.
Apesar da escassez de estudos, sempre houve uma certa tendência a se atribuir uma queda na taxa de metabolismo ao processo de envelhecimento per se. Um estudo internacional multicêntrico envolvendo 6600 indivíduos publicado na revista Science avaliou o gasto energético ao longo da vida dos participantes e apresentou as seguintes conclusões:
- Confirmou que o gasto energético é proporcionalmente mais alto em neonatos (até 1 ano);
- Demonstrou que, após o primeiro ano de vida, existe uma queda aproximada de 3% ao ano no gasto energético até os 20 anos;
- Demonstrou que, surpreendentemente, o metabolismo mantém-se estável em adultos entre 20 e 60 anos.
- Confirmou o declínio progressivo do metabolismo (somente) a partir dos 60 anos, à medida em que os órgãos e células do corpo se tornam menos ativos, chegando a níveis até 25% mais baixos em torno dos 90 anos.
Em todas as faixas etárias, o gasto calórico mostrou-se proporcional à quantidade de massa livre de gordura. Entretanto, outra novidade foi que não houve diferença entre os sexos em relação a esse padrão de comportamento do metabolismo.
Esses resultados confrontam a idéia de que o ganho de peso e acúmulo de gordura tão comuns na meia-idade poderiam ser atribuídos a uma possível redução do metabolismo basal e chama a atenção para a provável maior contribuição de fatores ambientais como dieta hipercalórica e redução da atividade física durante este período da vida, contribuindo para um balanço energético cronicamente positivo.